Como é possível despertar o
interesse sadio pela profissão de policial se no Brasil eles são mal
remunerados, e menosprezados em reformas importantes como a da previdência?
Não somos um país belicoso em
relação aos nossos vizinhos mas, internamente, vivemos o cotidiano do medo,
graças à ousadia e violência dos criminosos.
Em alguns estados foram realizadas
intervenções federais, com o uso das Forças Armadas para solucionar o problema,
mas não adiantou.
É preciso ter em mente que o atual
modelo de Segurança Pública se esgotou, e que tanto o governo federal como os
estaduais não ofereceram nenhuma alternativa para ele. Todos sabem o tamanho do
problema, mas insistem nos paliativos. Nada de restruturação de carreiras; nada
de valorização salarial; nada de previdência condizente com a relevância social
da atividade policial, que é muito maior, com todo o respeito, que a das Forças
Armadas.
O Brasil necessita de várias
reformas, e uma delas é na Segurança Pública: discutir a estrutura necessária,
a quantidade de polícias, as suas atribuições e circunscrição, bem como os
limites de atuação funcional. Precisamos simplificar a babel que hoje existe no
setor, com atribuições usurpadas, conflitantes e efetivos sempre insuficientes
para dar segurança ao povo.
Não adiantam leis mais rigorosas, se os primeiros responsáveis por fazer com que sejam cumpridas estão definhando, impotentes, sem recursos e apoio do próprio Estado. É a mesma fórmula velha e esfarrapada que não gerou resultado algum até agora.
Enquanto o governo se preocupa
apenas com o futuro, deveria também ocupar-se em manter vivos e salvos aqueles
que hoje tentam sobreviver e custeiam, com o seu trabalho, toda a jornada até o
amanhã: os cidadãos.