sexta-feira, 27 de setembro de 2019

GOVERNADOR MERECE CRÉDITO


Não é de hoje que o atual governador do Estado de São Paulo, João Dória, tem dito que valorizará as polícias paulistas.
Desde o primeiro dia de campanha ele sempre afirmou que o faria e, mesmo após eleito, continuou falando e escrevendo a respeito.
Os policiais, sobretudo os seus representantes de classe, têm sido extremamente céticos em relação ao discurso do governador, demonstrando total desconfiança dele. Agem como se ele representasse a continuidade de outros governos, coisa que não é. Até alguns de seus correligionários o criticam, quando o assunto é segurança pública, mas ele não muda a sua conduta, demonstrando claro comprometimento com o setor, no interesse da população paulista e, por que não dizer, dos empreendedores do estado.
Ele mantém firme o propósito de pagar aos policiais paulistas o segundo melhor patamar salarial do país, sendo superado apenas pelo Distrito Federal, cujos gastos são custeados pela União, porque sabe a relevância que esses profissionais tem para o país.
Não há país civilizado da terra que ofereça paz, segurança e desenvolvimento ao povo sem estrutura de segurança pública bem concebida, e com uma polícia bem capacitada, reconhecida e remunerada dignamente. O governador de São Paulo, cidadão do mundo e empresário bem sucedido que é, sabe disso.
Nenhuma atividade industrial de alto valor agregado é instalada em locais onde a marginalidade grassa. O comércio fica mortalmente comprometido e até atividades ligadas ao poder público padecem, quando a segurança pública vai mal.
O policial, como todo cidadão, depende dos seus vencimentos para viver. Só que ele coloca muito mais do que qualquer um à disposição da sociedade, quando no exercício de sua profissão: o policial coloca a sua integridade física e vida em risco. Faz isso para que o comerciante possa trabalhar sem sobressaltos, para que as indústrias de ponta possam produzir em território paulista, gerando recursos e empregos, e para que atividades comuns e necessárias a todos possam ser desenvolvidas, algumas delas pelo próprio Estado, como educação, saúde e transporte público. Enfim, a existência do profissional da segurança pública garante a aplicação da lei e da ordem, fundamentos essenciais ao progresso em qualquer sociedade.
Ao assumir um compromisso de relevo com o setor, o governador vincula o seu futuro político, independentemente de sua respeitabilidade, o que não é algo fácil de se fazer.
Porém, como a Administração Pública exige gestão austera, transparente e eficiente, João Dória não poderia cumprir o prometido sem antes se assegurar de que os recursos necessários existem hoje e continuarão presentes ao longo dos quatro anos de mandato.
A responsabilidade do gestor fala mais alto, e impede que ele ceda a pressões (algumas descabidas) no exercício de tão relevante cargo para o país.
Já os policiais paulistas, acostumados a serem decepcionados por governantes, devem rechaçar  esse sentimento e dar um voto de confiança ao governador, que demonstra conduta claramente diversa da praticada por seus antecessores, que não dispensavam a devida atenção e respeito à segurança pública, a ponto dela estar tão prejudicada como atualmente.
Quem já esperou praticamente um mandato por bons ventos, deve ter paciência para aguardar um mês, ou até menos, para saber o que o governo Dória apresentará. É necessário desarmar o espírito em relação ao governador paulista e lhe dar o crédito necessário, ao qual tem feito jus, para que cumpra o prometido.
Lembremo-nos de que outros já tiveram recursos e tempo muito maior, e sequer cogitaram fazer o que João Dória afirmou que realizará. O governador é um homem de visão, coragem e arrojado, que merece essa confiança.