O lacônico, porém, importante pedido, se refere à situação em que o Brasil se encontra, com múltiplas necessidades e poucas opções de atendimento delas.
Não é novidade para ninguém que o maior embate existente no país não é travado entre o governo e as mazelas sociais e econômicas, mas, sim, entre as chamadas “alas” que o compõem.
O cidadão Olavo de Carvalho, denominado “guru” do presidente Jair Bolsonaro, juntamente com os filhos do capitão, têm desenhado algumas das mais ridículas, inoportunas e contraproducentes cenas que um país e o mundo possam testemunhar, envolvendo diretamente o governo brasileiro.
Vive-se tempos difíceis, repletos de incertezas e com um contingente de quatorze milhões de desempregados que não vislumbram solução a médio prazo para o seu problema.
O governo federal insiste na reforma da previdência (necessária) como o único instrumento capaz de resolver o problema fiscal nos próximos dez anos, não apresentando mais nada à sociedade brasileira. Grave erro.
A primeira reforma a ser proposta deveria ter sido a tributária. Se bem elaborada, ampliando a base de contribuição, reduzindo alíquotas e tributos, além de investir pesado no combate à sonegação, esta seria o verdadeiro trunfo do governo para, depois, com a credibilidade em alta, lançar mão de um projeto tão antipático para algumas corporações como a reforma da previdência social.
Não há, hoje, no país, indicadores econômicos que revelem otimismo e esperança de investidores, empresários e da população no Brasil. O país simplesmente parou porque o governo não sabe negociar com o congresso nacional e não tem apresentado nada de produtivo ou concreto à sociedade ou ao setor produtivo.
Educação aos frangalhos, segurança pública se arrastando, e saúde moribunda, compõem o quadro social do atual governo.
E como se esse cenário tétrico não bastasse, todos assistem atônicos ao vergonhoso e medíocre show de críticas e palavras de baixo calão proferidas pelo “guru” do presidente da república em relação aos militares que ocupam postos de destaque no governo federal.
Ninguém é obrigado a gostar deste ou daquele indivíduo ou, até mesmo, desta ou daquela atividade profissional. Porém, em se tratando de Administração Pública, o respeito é o mínimo que se espera encontrar numa estrutura de governo.
O pior disso tudo é que o presidente da república, aparentando despreocupação juvenil, não conseguiu dar um basta nisso até o momento, gerando grande e justificado descontentamento das Forças Armadas, até então submetidas a afagos teatrais e juras de amor incondicional como se fossem todos alienados, desprovidos de senso crítico. A julgar pelo nível dos acintes, sem qualquer oposição do presidente, é possível, para alguns, imaginar que ele esteja saboreando a humilhação pública imposta por seus filhos e seu “guru” aos companheiros de caserna.
Aliás, é bom que se diga, o presidente Jair Bolsonaro, ao agir dessa forma, sem defender seus companheiros de armas dessas injustas admoestações, acaba por conferir razão aqueles que, no passado, o desconsideravam no seio do Exército Brasileiro. Não se duvida, inclusive, que este proceder seria uma vingança velada a um passado de desprezo...
Mas, absurdos à parte, o Brasil precisa encontrar um rumo: que ninguém se esqueça de que o resultado das eleições de 2018 dividiram o país ao meio. O presidente Bolsonaro foi eleito para acabar com as velhas práticas e a mesmice do poder, e não tem conseguido fazer isso.
Os desafios do governo são claramente identificáveis, e a sua inabilidade para superá-los também.
Não é possível que passemos mais um dia sequer em meio a brigas juvenis, enquanto a economia do país sangra e o governo demonstra ter entrado numa guerra com um fuzil em faze de testes, municiado com uma única bala, a reforma da previdência.
Desse jeito, não haverá prestígio de ministro que sustente a esperança dos setores produtivo e financeiro, que já demonstram razoável ceticismo em relação ao governo federal.
O Brasil não precisa de ideologias, rancores e ódio. Precisa de competência do governo federal para negociar com o congresso, inteligência para se expressar perante os cidadãos e de projetos a apresentar para a solução dos graves problemas existentes.
Fora isso, que vão às favas os gurus, meninos mimados e outras figuras que desestabilizam o governo e o país.
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