O Ministério das Relações Exteriores concedeu, no último dia 15/04/2019, passaporte diplomático para o Bispo Edir Macedo, dirigente da Igreja Universal do Reino de Deus.
Aberração copiada dos governos Lula e Dilma, a fundamentação causa assombro ao mais tosco dos mortais, pois diz que o passaporte permitirá ao seu titular " desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades em prol das comunidades brasileiras no exterior".
Sem ingressar no tema da laicidade do Estado brasileiro, sempre é bom lembrar que Edir Macedo preside uma associação religiosa, submetida ao que dispõe o nosso Código Civil, como qualquer outra, além de ser empresário, pois é proprietário da Record TV.
Seus interesses não estão nas comunidades brasileiras no exterior, mas, sim, em angariar fiéis que contribuam para suas obras com dólares, euros, pedras preciosas, ouro e propriedades, se for o caso, em nome de uma prosperidade na terra e, quiçá, de uma salvação espiritual.
Uma decisão como essa é um escárnio e um ato administrativo passível de análise quanto a sua constitucionalidade, e de apuração pela suposta prática de improbidade administrativa, por desvio de finalidade.
Em tempos de combate à corrupção e à sonegação fiscal, esse tipo de passaporte jamais deveria ser concedido a outros que não sejam as autoridades estipuladas claramente pelo texto legal que regula a sua edição, sem que "ginástica intelectual" alguma pudesse ser realizada para esse fim.
Espera-se que esse absurdo seja revogado, afinal, quem prometeu ser diferente não pode se igualar aqueles que ardorosamente criticou. Para bom entendedor pingo é letra.
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