Não fossem as últimas declarações de um general que ocupa alto posto no governo, até que poderíamos ficar calados.
Mas uma convocação do povo às ruas para protestar contra o congresso nacional é algo que não merece passar desapercebido.
Vivemos tempos difíceis, de mudanças profundas na economia e na vida do povo, as quais se farão sentir não agora, mas daqui a alguns anos. A reforma da previdência, por exemplo, somente terá o seu rigor e injustiças para o povo sentidas quando as pessoas se depararem com as suas perdas e dificuldades.
O Brasil, sangrando em razão da corrupção, radicalizou e elegeu um governo que adotou uma postura que sacrifica muito os pobres e beneficia os ricos. Não houve avanços palpáveis em relação às chamadas conquistas sociais.
A economia cresce para os conglomerados econômicos, banqueiros, industriais e mostra os seus efeitos danosos para os comerciantes, principalmente os pequenos, que têm mais dificuldade para sobreviver.
Aqueles que mais empregam na economia, as pequenas e médias empresas têm fechado as portas e mantido elevados os índices de desemprego.
Aliás, o desemprego, até agora, não foi enfrentado devidamente. Medidas têm sido adotadas para criar perspectiva de geração de emprego, o que, de fato, não é sentido pelo povo.
Os ricos têm encontrado respostas rápidas para seus apelos e o povo pobre não.
Nesse clima de instabilidade surge um chamado preocupante: o povo nas ruas para protestar contra o congresso, especialmente contra aqueles que, eleitos pelo povo, tem conseguido minorar os danos à população de medidas muito duras propostas pelo governo.
É preciso prudência e visão para que não sejamos massa de manobra de interesses corporativos, em detrimento da vontade do povo.
Somos todos contrários à corrupção, da mesma forma que não desejamos governos com requintes ou melindres ditatoriais.
A democracia falha, mas ainda é o melhor caminho para um país. Por mais difícil e doloroso que seja, a chamada tripartição dos poderes não encontrou, em um país continental, melhor substituta.
Quando membros de um governo convoca o povo para se insurgir contra uma das faces do poder legitimamente constituído, sem que haja opção democrática como alternativa para a voz do povo ser ouvida, as coisas começam a ganhar contornos preocupantes para todos.
O que conquistamos a duras penas, a liberdade, o direito de expressão, de manifestação, de crença e outros não podem ficar à mercê de supostos projetos visionários de meia dúzia.
O Brasil é de todos, nossa Pátria Amada, com Deus acima de tudo. Porém, lembremo-nos de que há um intermediário, chamado Governo, que age em meio a tudo isso; cuidemos para que não seja ele a colocar tudo a perder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário